FRATERNIDADE

COMPOSIÇÃO

1919

1ª PUBLICAÇÃO

2008

Fraternidade, hino infantil composto em 1919, e publicado postumamente em 2008 pelo portal Musica Brasilis. Há dois manuscritos autógrafos conhecidos, com dedicatórias diferentes. Em um deles consta "homenagem à Escola D. Pedro II", educandário no qual Eulina Nazareth, filha do compositor, foi professora a partir de 1919 e depois diretora. No outro manuscrito consta a dedicatória riscada "Homenagem à paz". 

Em junho de 1919, Nazareth foi convidado pelo diretor da Instrução Pública do Rio de Janeiro a compor um "Hino da Paz", em homenagem ao Tratado de Versalhes assinado em 28 de junho de 1919, que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. O deputado e poeta Felix Pacheco comporia a letra. No entanto, Nazareth recusou o convite, alegando que "tinha receio de não agradar, por ter preferência pela música de tangos". Então convidaram Alberto Nepomuceno, que de fato compôs um "Hino à Paz" em 1919.

Ambos os manuscritos conhecidos do hino de Nazareth encontram-se incompletos, contendo apenas a linha do canto com letra, sem a parte do piano, indicando que permaneceram apenas no estágio de rascunho. A letra é de Felix Pacheco, porém Nazareth só utilizou as primeiras duas estrofes na partitura (o hino de Nepomuceno utiliza a letra completa).

A composição de Nepomuceno e a letra foram duramente criticadas por Antonio Pacheco em seu livro "Pasquinadas Cariocas" (1922), p.195. Talvez a letra também não tenha agradado a Nazareth, resultando em sua recusa. Embora tenha alegado insegurança para compor um hino infantil, mesmo tendo rascunhado toda a melodia, vemos que este foi o ponta-pé inicial para uma série de hinos escolares que surgiriam em sua obra nos anos seguintes: Hino da escola Pedro II (1920), Hino da escola Floriano Peixoto (ca. 1922), Hino da escola Esther Pedreira de Mello (1923), Hino da cultura de afeto às nações (1926), Canção Cívica Rio de Janeiro (s.d.), Hino da escola Bernardo de Vasconcellos (s.d.), e a marcha infantil No Jardim (s.d.). 

Até 2012 permanece inédito em gravação comercial.

Letra de Felix Pacheco

1ª parte
Tudo era morte há bem pouco,
A Europa inteira um vulcão,
E no pandemônio louco,
Só se escutava o canhão

2ª parte
Mas volta o senso e começa
Por obra e favor da cruz
Bendita a paz, que regressa
Abrindo as asas de luz!
Bendita a paz, que regressa
Abrindo as asas de luz.