A FLORISTA

COMPOSIÇÃO

1906 (Circa)

1ª PUBLICAÇÃO

1909

A florista, cançoneta publicada em 1909 por E. Bevilacqua & Cia., sob encomenda da Casa Mozart, dedicada a sua filha Maria de Lourdes (Marietta), com versos de Francisco Telles. No final da partitura há a seguinte indicação para a cantora: "Vestuário a caráter – cestinha cheia de flores naturais ao braço – entra dançando e sai jogando flores aos ouvintes". Segundo o biógrafo Luiz Antonio de Almeida, era esta mise-en-scène que Marietta fazia em casa quando cantava A florista, acompanhada pelo pai ao piano.

Em uma matéria do Correio da Manhã, de 12 de dezembro de 1906, vemos que esta peça já existia, pois foi executada pela própria Marietta Nazareth como parte do recital de encerramento do ano letivo de seu colégio, provavelmente acompanhada por Nazareth, que estava presente e executou no mesmo recital o Tremolo de Gottschalk. 

Até 2012 recebeu apenas uma gravação.

Letra de Francisco Telles

1ª vez
Eu sou florista bem garbosa.
Tenho um jeitinho para agradar.
Como eu sou gentil donairosa
Faço cestinhos de encantar.
Sou formosa e brejeira.
De paixão bandoleira.
Tão querida e faceira;
Não cuido de amores.
Só vivo de flores!

2ª vez
Faço co'as flores perfumosas
Mimoso ramo em perfeição;
Tendo cravos, jasmins e rosas
E a mais linda flor em botão.
Sou gentil tão mimosa,
Mas também cautelosa,
Sendo assim tão ditosa:
Não cuido de amores,
Só vivo das flores!

3ª vez
Outro dia um moço elegante
Quis galanteios dizer-me, enfim.
Pois eu vendo-lhe este rompante
Fiz calar-lhe dizendo assim:
Se quiser um raminho,
Compre que é baratinho
<<Não dou trela a mocinho>>
Nem cuido de amores
Só vivo das flores!