PINGUIM

COMPOSIÇÃO

1922 (Circa)

1ª PUBLICAÇÃO

2008

Pinguim, tango brasileiro composto entre 1922 e 1926 e publicado postumamente em 2008 pelo portal Musica Brasilis. Seus dois manuscritos autógrafos apresentam dedicatórias ligeiramente diferentes: "Dedicado ao amigo Oscar Rocha, da Casa Ruffier" e "Dedicado ao distinto amigo Oscar da Rocha, da casa Pinguim". Segundo o biógrafo Luiz Antonio de Almeida, Oscar Rocha, era um dos proprietários da casa Ao Pinguim (Rua do Ouvidor, nº 121), filial de uma fábrica de geladeiras, a Ruffier, A casa Ao Pinguim "também vendia discos clássicos, rádios, vitrolas, carrinhos para crianças e demais apetrechos para jogos de xadrez, damas e gamão, mesas para poker, objetos de arte e brinquedos finos". 

O biógrafo relata também que, devido ao fato de o sr. Rocha ter se tornado sócio da referida casa em meados da década de 1930, o musicólogo Mozart de Araújo concluiu erroneamente que Pinguim também seria desta época, tornando-o o último tango de Nazareth. Porém nesta época, "quando diante da necessidade de homenagear a alguém com uma música e sem a menor disposição para compô-la, o pianista simplesmente procurava alguma obra entre seus 'rascunhos', mantinha-lhe ou não o título original e, daí, acrescentava a dedicatória que melhor lhe conviesse".

Em sua conferência Ernesto Nazareth na Música Brasilera, proferida em 1946, o compositor Brasílio Itiberê citou um interessante relato de Oscar Rocha: "certa vez, o meu amigo Oscar Rocha, melômano e folclorista, e um dos homens que melhor conhece a vida e a obra de Nazareth, perguntou-lhe como é que ele tinha chegado a compor os seus tangos, com esse caráter rítmico tão variado e tão inédito, naquela época, entre os compositores de música popular. Nazareth respondeu com simplicidade que ele ouvia muito as polcas e os lundus de Viriato, Callado, Paulino Sacramento e sentiu desejo de transpor para o piano a rítmica dessas polcas-lundus".