OS MAXIXES NO EXTERIOR (PARTE 2): LES CÉLÈBRES MAXIXES BRÉSILIENNES

Alexandre Dias 22.08.2012

Continuando a busca pelas pistas do maxixe no exterior (depois de analisarmos o caso de Dengoso e La Mattchiche) nos remetemos agora a algumas das primeiras referências ao Brasil em partituras estrangeiras, ainda no século XIX.

1. Século XIX

A mais antiga referência ao Brasil que encontrei em partituras estrangeiras foi a música Jocko - Brazilian dance, de Gustave Blessner, publicado por George Willig na Philadelphia em 1842. O título significa chimpanzé (ou apenas macaco) em inglês, e reflete o imaginário em torno do tropical Brasil, então governado pelo recém coroado D. Pedro II, e cujas primeiras casas editoriais de partituras abriram havia duas décadas apenas. A música de Blessner é uma polca de salão, sem influências afro-brasileiras aparentes. Clique aqui para acessá-la na íntegra.

A data bastante recuada surpreende, e mostra que o Brasil, ainda que insipidamente, já estava no imaginário musical estrangeiro.

Em 1859 e 1863 vemos a publicação europeia de duas polcas chamadas La Brésilienne, a primeira de Henri Herz (subtitulada “introduction et polka brillante pour le piano. Op. 195”) e a segunda de Carl Vogler ( “polka redowa”). Ainda por volta da década de 1850 foi publicada na França uma schottisch também intitulada La Brésilienne, composta por Jules Minard.

Em 1869 o pianista americano Louis Moreau Gottschalk veio para o Rio de Janeiro fazendo grande sucesso com seus “concertos monstros” executados por duas orquestras e dezenas de pianistas. Além da Marcha Solene Brasileira, compôs a famosa Grande fantasia triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, publicada em Londres e Bruxelas em 1873 por B. Schott’s Söhne.

Em 1876 uma Brazilian danse de Edward Hoffman foi publicada em Rhode Island em edição independente. A música se assemelha muito a um ragtime, gênero que ainda estava se consolidando nos EUA.

Ainda em 1877 vemos a publicação de Le Fadine, polka Brésilienne sur les motifs de la revue de Bric et de Broc, com música de Louis Varney e no ano seguinte, La Brésilienne,  polka pour piano, Op. 11 de Augusto R. A. de Caldas, publicada por Jules Iochem, Paris.

Pelo menos duas das músicas citadas acima continham referência ao Brasil apenas em seus títulos, sendo o conteúdo musical uma mera repetição dos ritmos dançantes em voga nos EUA e em Paris, e é provável que este padrão se mantivesse para as demais peças citadas.

Porém em 1878 vemos um curioso lançamento: Aimée de tous, de A. Callado, publicado por L. Langlois em Paris. Trata-se da polca Querida por Todos, de Joaquim Antônio da Silva Callado, um dos pais do choro, e que, apesar de sua curta vida (31 anos) ainda estava vivo na época desta publicação. É provável que esta seja a primeira peça brasileira publicada no exterior. Clique aqui para visualizar uma edição brasileira desta música, publicada na mesma época. A música faz uso de diversas síncopes no acompanhamento, tipicamente brasileiros, e é possível que o arranjo original tenha sido mantido na edição francesa.

Em 1878 foi publicado em Paris um romance intitulado La Brésilienne, de A. Matthey (Arthur Arnould)  e consta que nessa época, Franz Liszt, considerado o maior pianista do século XIX, interpretou (ou apenas leu) A Sertaneja, fantasia característica sobre temas brasileiros, de Brasílio Itiberê.

O interesse pelo Brasil continuou a se manifestar em Paris e nos EUA em músicas como Naninha, polka brésilienne de William Salabert em 1884 (ed. W. Salabert, Paris) e Nennella, Brazilian serenade, de A. Arnaud em 1885 (Brainard's, S. & Sons, Cleveland).

2. Espanha

Depois da década de 1880, as referências ao Brasil em partituras estrangeiras diminuíram, só sendo retomadas indiretamente em 1905, com o complexo caso de La Mattchiche, que, apesar do título, na verdade se utilizava de melodias espanholas.

O nome “machicha” tornou-se cada vez mais comum na Espanha, em geral referindo-se a peças dançantes no teatro de variedades.

Em 1905, estreou no Teatro Cómico de Madrid a zarzuela La Gatita Blanca, com música de Amadeo Vives e Jerónimo Jiménez, e libreto de José Jackson Veyán e Jacinto Capella. Esta “humorada lírica" em um ato, que fez grande sucesso até o ano seguinte, tinha como quarto número um Baile de la machicha.

 


Julia Fons, a atriz que protagonizou La Gatita Blanca em 1905.

Pelo menos outras doze machichas se seguiram, chegando a integrar títulos de algumas operetas: 

Machicha de Don Procopio (em Aventuras de don Procopio en París, música de Gerardo Estellés , libreto de José Juan Cadenas e Álvaro Retana, 1907);
A la piñata! ou La verdadera matchicha (“revista política en tres cuadros”, música de Mariano Hermoso e Rafael Calleja, libreto de Luis de Larra y Ossorio e Ricardo Fernández Blanco, 1907);
La Girouette, machicha (em La brocha gorda, “revista en un acto, dividido en tres cuadros y un prólogo”, música de Tomás López Torregrosa e Rafael Calleja, libreto de Jacinto Capella e Joaquín González Pastor, 1907);
La Gitanette, tango-Maxixe, de Joaquín Valverde (filho), publicado na Espanha em 1907 (Casa Dotésio) e em Londres em 1908 (Boosey & Co.).
La Belleza (gran machicha de Federico Xalabardé, 1910);
Machicha de las escobas (em Huelga de criadas, zarzuela, música de Pablo Luna e Luis Foglietti e libreto de Antonio M. Viérgol, 1910;
Machicha de Mme. Pou!... Pou!... (em La casta Susana, “opereta alemana en tres actos”, música de Juan Gilbert, libreto de Jorge Okonkowsky e adaptação espanhola de José Paz Guerra, 1911),
Sincera, mattchicha de Miguel Santonja (publicada por Fuentes y Asenjo, Madrid, 1911),
El país de la machicha (“fantasía cómico-lírico-bailable en un acto y cinco cuadros”, música de Luis Foglietti, libreto de José Jackson Veyán e Antonio M Viérgol, 1912);
La Paolista, maxixe do Brasil, de E. De Bilbao, Casa Dotésio, Madrid, 1913);
Ca e la - maxixe aristocratico do Brasil, arr. M. Sarrablo (Casa Dotesio, Madrid, 1913);
Méxe... e remexe, maxixe do Brasil: arr. M. Sarrablo (Casa Dotesio, Madrid, 1913)

Esse sucesso do gênero espúrio na Espanha culmina em 1915 em  um “campeonato internacional de “machicha brasileña”, noticiado pelos jornais, e que durou pelo menos cinco dias.

E não tardaria que a novidade chegasse aos países hispanófonos da América.

Em 1907 foi gravada no México “La Machicha de Gascón” (78-RPM Victor 68095), e no mesmo ano vemos La Mattchiche (de Borel-Clerc) gravada em Cuba como La Machicha pela orquestra de Felipe Valdés em ritmo de danzón (78-RPM Victor 99505). Isso talvez explique o fato de a obra lírica La Virgen Morena ter sido anunciada anos depois como “inspirada em temas populares de Cuba, principalmente la machicha” (música de Eliseo Grenet Sánchez, libreto de Aurelio Riancho, 1932)

Em 1910 o ritmo já tinha chegado à Argentina, como atesta a música Machicha criolla (78-RPM Victor 62863) , de Angel G. Villoldo. Na década de 1920, dezenas de maxixes seriam publicados na Argentina e Uruguai, com títulos tanto em português como espanhol.

Pouco se sabe sobre essas machichas espanholas, mas o mais provável é que tivessem pouca ou nenhuma relação com o ritmo brasileiro, a julgar por La Mattchiche e o Baile de la machicha (de La Gatita Blanca), cujos ritmos não possuem síncopes. Trata-se de uma coriosa corruptela musical, em que a palavra maxixe foi apropriada e traduzida para o espanhol, mas sem que o conteúdo musical acompanhasse a ligação com o Brasil.

Isso mudaria a partir de 1912, quando uma nova leva de maxixes diretamente influenciados por ritmos brasileiros passaram a ser impressos na França, e em outros países da Europa.

3. França, Inglaterra, Alemanha e Itália

Em 1912 o editor Francis Salabert, em Paris, publicou um nouvelle maxixe brésilienne de Marcel Chapuis intitulado Araguaya. Esse é provavelmente o primeiro maxixe composto em terras estrangeiras utilizando síncopes brasileiras, do tipo semicolcheia-colcheia-semicolcheia. 

A capa continha uma théorie descrevendo de maneira detalhada a coreografia, por L. Robert. Tais explicações dos passos do maxixe tornaram-se comuns nas partituras francesas e em livros de dança.

No topo, constava a seguinte recomendação (e boas-vindas) do escritor André de Fouquières (em francês):

“Eu estou certo de que o Maxixe Brasileiro, tal como está explicado por Robert sobre a deliciosa música editada por Salabert, será acolhido favoravelmente por nossos Salões, porque esta dança, apesar do nome exótico, é de uma graça envolvente, de um ritmo dançante e está de acordo com nossas tradições de elegância e bom gosto!”.

Foi nesta época que o dançarino baiano Duque e sua parceira Maria Lina fizeram suas primeiras apresentações em Paris, Londres e Berlim dançando o maxixe com grande sucesso.

Ainda em 1912, é publicada em Paris Vem çá, mulata (sic) sur les motifs de A. de Oliveira, em arranjo do próprio Salabert. O subtítulo procurava não deixar dúvidas sobre sua autenticidade brasileira: La célèbre et véritable Maxixe brésilienne.


Francis Salabert

Este arranjo foi gravado na França e Inglaterra, e logo chegou aos EUA com o título Creole girl, gravado pela Castle House Orchestra (78-RPM Victor 35374, 1914)

Selo do 78-RPM Pathé 8084, interpretado pela orquestra militar regida por Bosc.

Esse sucesso do carnaval de 1906, composto por Arquimedes de Oliveira e Bastos Tigre provavelmente chegou à França através da dupla “Os Geraldos”, que esteve lá em 1908. A gravação que fizeram entre 1908 e 1912, no Brasil, é anunciada da seguinte forma: “O popular ‘Vem cá mulata’, cantado pelos Geraldos, para a Casa Edson, como se estivessem em Paris!” (78-RPM Odeon 108.290) http://acervo.ims.uol.com.br/asp/download.asp?codigo=26463&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=18517&tipo=1&iIdioma=0

Em 1913, o número de maxixes editados em Paris cresce expressivamente. Duque é referenciado e ilustrado em diversas capas. O gênero tango brasileiro frequentemente aparecia como sinônimo de maxixe.

Além das várias edições do maxixe Dengoso, de Ernesto Nazareth (analisadas neste texto), vemos diversos outros maxixes compostos tanto por brasileiros quanto europeus:

Amapá, de Juca Storoni (pseudônimo anagrama de Costa Júnior), le vrai tango brésilien - maxixe (ed. E. Salabert Paris; ed. J. R. Lafleur & Son., Londres.; Chappell & Co., EUA).

"Danse par l'exquife Arlette Dorgère et le célèbre Professeur L. Duque". Clique aqui para acessar a partitura completa. Foi gravado no mesmo ano pela Europe's Society Orchestra (78-RPM Victor 35360), e pela Victor Military Band (78-RPM Victor 17528).

A edição brasileira, por Manoel Antonio Guimarães, anunciava no topo da partitura: “dançado com grande sucesso em Paris, pelo Sr. Duque”

Brejeiro [Bregeiro], célèbre maxixe brésilienne de Ernesto Nazareth (ed. Francis Salabert, Paris)

Maxixe Prohibido, célebre maxixe brésilienne, de Rogelio Huguet-Tagell (Ed. Edouard Salabert - Francis Salabert, Paris). Arranjado por F. Salabert. Álbum Tangos, maxixes, one steps, ragtimes en vogue. Les 10 plus grands succès de la saison. No rodapé: “reservados los derechos para las Republicas Argentina y Uuruguay. Queda hecho el déposito que marca la ley”, indicando que o compositor provavelmente é de origem sul-americana, e que a patitura fora publicada lá também.

Maxixe aristocrático, nouveau tango maxixe brésilien, de L. Moreira, arr. Salabert (ed. Francis Salabert, Paris). Também conhecido como “maxixe de ferro”, que integrou a o teatro de revista Cá e Lá, no Brasil.

Gaúcho, célèbre maxixe bresilienne, de Francisca Gonzaga, arr. G. Smet (ed. Francis Salabert, Paris)

Le tango futuriste, célebre tango maxixe brésilien, de Francisca Gonzaga, arr. Smet (ed. Francis Salabert, Paris).

Maxixe futuriste, nouvelle maxixe bresilienne, de Francisca Gonzaga, arr. F. Salabert (Francis Salabert, Paris).

Estas duas músicas creditadas a Chiquinha Gonzaga não constam nos catálogos da obra da maestrina, sendo possivelmente peças inéditas no Brasil.

Os Bohemios, tango maxixe brésilien, de Anacleto de Medeiros (Salabert, Paris). “Célèbre collection des succès, no. 257”

Maxixe d'amour, de Emile Doloire e André Decaye (ed. Salabert, Paris). c.1914.

Uma propaganda da editora F. D. Marchetti, Paris, em 1914 anunciava “Tangos, maxixes, polkas brésiliennes, one step, two steps, ragtimes, pas de l’ours, pasodobles, etc”, vários deles assinados por Duque. Além de maxixes, e tango-maxixes, vemos também polca-tango, lundu brasileiro, tango baiano e tango carnavalesco.

El guanaco, maxixe, por René André (ed. F. D. Marchetti, Paris). Na capa consta: "Répertoire de Mlle Chrysis, créatrice de la Maxixe brésilienne" e "Grand succès de Magic-city".

Não faça isso! (Faites pas ça), maxixe bresilienne, de L. Duque e E. Sarrablo (ed. F. D. Marchetti, Paris)

Carinhoso, tango-maxixe de L. Duque e E. Costa (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Dans le Brésil fleuri, maxixe de L. Duque (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Soberano, tango-maxixe de Ernesto Nazareth  (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Thierry, tango-maxixe de Ernesto Nazareth  (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Muqueca sinhá, tango baiano de J. A. Pinto (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Lulu, tango carnavalesco de Nicolino Milano (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Pierrot, tango carnavalesco de Paulino Sacramento (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Suruba, tango-maxixe de L. Duque e E. Costa (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Gaby, tango de L. Duque (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Écoute Méchante, maxixe de L. Duque e E. Braga  (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Chrysis, maxixe de Rodige (ed. F. B. Marchetti, Paris)

Satan, maxixe (lundu brazileiro) de Francisca Gonzaga (ed. F. D. Marehetti, Paris)

Pachola, tango-maxixe de Izabel Moraes,

Chic! Chic! Tango da calçada de P. L. Hallier (ed. F. D. Marehetti, Paris)

Fantasio do luar, polca-tango de A. Caramona (ed. F. D. Marehetti, Paris)

Tata, polca-tango de Agostinho de Gouvéa (ed. F. D. Marehetti, Paris)

A Avenida, polca-tango de Marcel J. de Castro Leál (ed. F. D. Marehetti, Paris)

Fandanguassu a Democraticos, polca-tango de L. Tavares da Silva  ed. F. D. Marehetti, Paris)

Recuerdo del lugar (Souvenir du village), maxixe bresilienne de M. Rejo (ed. F. D. Marchetti, Paris)

O bicho premiado, polka brésilienne de Brasilio Itibere da Cunha (ed. F.-D. Marchetti, cop., Paris). A capa ilustra "le célèbre professeur L. Duque & Mlle Gaby". Coleção "Polkas argentines et brésiliennes". Clique aqui para acessar a partitura completa.

Lulu, tango carnavalesco maxixe, de Nicolino Milano (ed. F. D. Marchetti, Paris)

Itatiaia, le dernier Maxixe Brésilien (ed. B. Roudanez, Paris).  “Tanguons le Tango: album de Tangos & danses nouvelles”

Sâo-Paulo (sic), célèbre maxixe, de Marie Fée (B. Roudanez, Paris) c. 1914

Duquinho, tango-maxixe bresilien, de M. Sarrablo (ed. M. Sarrablo y Clavero, Paris)


Acervo Luiz Antonio de Almeida

¡Quem muito abraça!, maxixe do Brazil, op. 25, de Miguel Picazo (ed. Costallat et cie., Paris). “Le dernier grand succés mondain. La veritable danse brésilienne. Avec la théorie complete authentique et detaillée par le célèbre professeur Peter Bacton”

Em 1914 intensificam-se os lançamentos de maxixes na Europa.

Machuca Martins, tango (maxixe), de I. Billio (ed. desconhecida, provavelmente Paris)

Pecado bonito (Peche mignon), maxixe bresilienne, de Cyriaque Garelli (ed. Adolph Furstner, Paris).

Royale maxixe, de A. Noel, (ed.G. Lefort, prov. Paris)

El Criollo, maxixe brésilienne, de Léon Dacette (ed. L. Dacette, Paris)

Grazias…, maxixe brésilienne, de Léon Dacette (ed. L. Dacette, Paris)

Baya, maxixe brésilienne, de Léon Dacette  (ed. L. Dacette, Paris)

Pétropolis, maxixe brésilienne de G.Trousset (ed. Paul Decourcelle, Nice). Também lançada no álbum “Pour faire danser! Recueil de danses pour piano 3me partie”.

La Murrina, maxixe brésilienne, de Maurice Gracey (ed. Smyth, Paris.)

Flores de Bahia, maxixe brésilienne de L. Lempers (ed. Durand & cie., Paris)

Vaya calor, maxixe brésilienne de Babil Calvete (Durand et cie., Paris)

Ande la danza - vive la foie, polka-maxixe de Edm. Filippucci (Enoch & co., Paris)

La Buena dicha (La bonne aventure), maxixe-habanera, de Edm. Filippucci (ed. Enoch & co., Paris)

 

Na Alemanha as casas de partituras também exibiam um número expressivo de maxixes em 1914:

El Camambú, maxixe Brésilienne, por Angel G VilloldoWilly Groh  (ed. Roehr, Berlim)

Álbum “Palais de danse modernes Tanz-Album ; die beliebtesten Modetänze Tangot, Foxtrot, One Step, Valse Boston, Two Step, Ragtime, Jazz, Maxixe” (ed. Roehr, Berlim). Integram este álbum os maxixes:

Maxixe Brésilienne (Vem ça Mulata), de F. Salabert (A. de Oliveira)

O Vatapá, maxixe brésilienne de Paulino Sacramento

Estragadão, maxixe brésilienne de Carlos Paiuché (sic)

Samba, maxixe brésilienne de A. Costa Jr.

Travesso, maxixe brésilienne de Ernesto Nazareth

O Vatapá, maxixe Brésilienne, de Paulino Sacramento (ed. Roehr, Berlim). Gravado pela Deutsche Grammophon em 78-RPM por volta de 1910.

Bayo Baya, maxixe brésilienne de Dick Stone. (ed. Junne, cop., Leipzig; ed. B. Feldman & Co., Londres). Gravado pela Castle House Orchestra (78-RPM Victor 35374)

 

1913-1914. Álbum “Pavillon mascotte – Modernes Ball Album” (ed. Otto Junne, Leipzig). Contém os seguintes maxixes:

Amapá, de Juca Storoni
La célèbre Maxixe Brésilienne Vem ça Mulata, de A. de Oliveira
Carnal de R. José (que cita o Brejeiro de Ernesto Nazareth na íntegra, sem menção ao autor)
Apollo-Maxixe, de E. Arenas
E a “polka brésilienne”: Otéro, de V. Grau

Ninetta, maxixe brésilienne de Pietro Bosetti (ed. Anton J. Benjamin, Hamburg)

 

Tabarin, maxixe brésilienne, de Willy Rosen (ed. Schlesinger’sche Buch & Musikhandlung de Rob., Lienau. Berlim). Relançado na coleção “Perlen der Musik: 36 der bekanntesten und beliebtesten Operettenschlager, Lieder, Opern und Salonstücke, Tänze” (ed. Neufeld & Henius, Berlim)

Álbum "Palais de danse, Tango Band Tanz Album II" (ed. C.M.Roehr, Berlim) c. 1914, cuja capa anuncia a presença de maxixes na coletânea

Iracema (Honigmund) op. 34, no. 3, maxixe brésilienne de G. Porepp (ed. Robert Reibenstein musik u. buhnenverlag, Berlim)

Original Maxixe, de Fred Harley, (ed. A. Fürstner, Berlim e Paris) “avec Théorie détaillée de la maxixe brésilienne, par Vlad”.

E também foram publicados maxixes na Inglaterra e Itália neste mesmo ano:

Le Touquet, tango brésilien de Louis Lertes  (ed. Francis, Day & Hunter , Londres)

Max Linder, Brazilian maxixe, de L Duque e E. Costa (ed. B. Feldman & Co., Londres). Também publicado no “Album musica. no. 128” (ed. Pierre Lafitte et Cie, Paris)

Isilda, maxixe brésilien, de Ed Enriquez (ed. Francis, Day & Hunter, Londres)

The flower of Brazil, maxixe, de Beatrix Poirin (ed. West & Co., Londres)

Diamantina, maxixe brésilienne, de Arthur Sackville (ed. West & Co., Londres)

Que bonita, maxixe brésilienne op. 295, de Vincenzo Billi (ed. G. Ricordi & co., Milão)

La vera maxixe brasiliana, nuova danza, de G. Rigò (ed. Desconhecida, Itália)

La Encantadora, maxixe brazilera de Emanuel Leon (ed. R. Izzo, Nápoles)

 

A partir de 1915 o número de maxixes publicados cai drasticamente na Europa. O interesse pelo Brasil seria renovado somente a partir de 1922 com a ida dOs Oito Batutas a Paris, e a importação de sambas.

1917. Querer un poquito..., maxixe brésilienne de Herre de Vos (ed. Bureau T.a.v.e.n.u, , Amsterdã). Série Modern bal-programma, 9

1919. Álbum “Moderne Tänze: Foxtrot, Onestep, Twostep, Boston, Ragtime, Maxixe.” (ed. Ullstein, Berlim)

1920. Maramao, tango-maxixe de De Carlos F Agostini e Vincenzo Billi (ed. Carisch, Milão) 

1920 Maxixe parade, novelty dance with description, de Ethel Barnett (ed. Herman Darewski Music Pub. Co., Londres)

1922. Matchouca, maxixe brésilienne de P. Codini e Francis Galifer (ed. P. Codini, Paris)

1924. Notte d'amore, maxixe-semba de Alfredo Barbirolli (ed. Heugel, cop. , Paris)

 

Se em Paris o maxixe foi uma verdadeira febre, nos EUA esse fenômeno foi ainda maior, assunto de que trataremos no próximo post.

 

Agradecimentos: Braulio Dias, Fabiano Borges, Luiz Antonio de Almeida, Manoel Aranha Corrêa do Lago e Mara Dias.

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COMENTÁRIOS

Zilda Camargo Ferreira - 16.02.2014

Resgate de nossos compositores e da musica brasileira

Alexandre, que preciosidade este seu trabalho de resgate da música brasileira e de nossos esquecidos compositores geniais. É de se lamentar profundamente que a mídia só divulgue a péssima música e os medíocres, com raríssimas exceções especialistas,como você, abrir espaço para este resgate musical. Observo que, infelizmente, a mídia ,em geral, ignora nossos grandes compositores ,grandes artistas , não só da música como da arte em geral.E, o mesmo acontece em todas as areas.O grande prazer e papel da mídia é só mostrar nossas mazelas e enaltecer outras culturas.É preciso combater veementemente este péssimo costume midiático de ignorar nossos valores como povo criativo ,honesto,trabalhador ,inteligente, nada devendo aos demais povos.Esse complexo de 'VIRA LATA' ,de COLONIZADO , DE BAIXA AUTO ESTIMA, deve ser combatido. Por isso, seu trabalho não só resgata valores esquecidos, como resgata a cultura brasileira. Parabéns e continue a ser um pesquisador "compulsivo",descobrindo e divulgando a beleza da alma brasileira!

didier biven - 17.12.2013

meu portugais es tamben muito fraco. fiz uma tesi de mestrada sobre choro en 1998, sou francès e muito interessado pra historia da musica brasileira na franca, sobre tudo na moda do maxiixe e sou interessado muito pra o inicio do choro no brasil e a relacion con a musica da europa que chegou la grande abraso didier

Gilbert Léon Beaume - 04.10.2013

Notes sur Léon Dacette

Chers Amis, je voulais vous exprimer ma reconnaissance pour toutes ces informations!Mon père, Gilbert Léon Beaume, né à Sète (France) en 1888 (le nom de sa ville natale s'écrivait alors Cette!!) violoncelliste et compositeur, choisit le nom de Léon Dacette (!) pour composer sa musique populaire! Décédé en 1967, c'est avec émotion que j'ai trouvé sur Google des éditions de ses Maxixes, il y a quelques mois! Sous son vrai nom il a également publié des compositions plus classiques, dans une maison d'édition qu'il créa avant la guerre... après 9 années de violoncelliste à l'Opéra Comique, il émigra aux USA, orchestre symphonique de Détroit, où je suis né de mère américaine! Etudiant en théologie protestante, j'ai eu la joie de séjourner quatre mois au Brésil en 1959... (tem saudade do Brasil!) que mon père avait servi... 50 années plus tôt! Mon portugais est "muito fraco"... Salutations fraternelles Gilbert Beaume (Should I write in English?) j'ai encore des partitions de mon père!!

Susana Serrano Pahlk - 13.07.2013

Coisas antigas

Só para dizer que tenho muitas partituras antigas e vários volumes das Edições Salabert que eram das minhas duas avós! Descobri a vossa página ao googlar "Pavillon Masotte!, modernes tanz-album, que inclui La célèbre Maxixe Brésilliene Vem cá Mulata de A. de Oliveira. Não li o vosso post todo ainda, mas gostei do que li. Saudações musicais.

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